Purificar-te-ei a alma,
Silenciando os medos que ao fundo estão gritando.
Sob suas mãos, as minhas
E ao seu interior, apenas virtudes.

Sua profetisa de verdades,
Calmaria que aquece o seu peito frio.
Cessarei seus pés cansados,
Caminharei por ti.

E sob as angústias dos seus devaneios,
Haja em mim atitudes permanentes,
Para que nada te aflija os pensamentos,
Nem desocupe sua mente.

Que ao soar o relógio a hora de partir,
Forças eu tenha para levantar e dizer adeus.
Pois ninguém, quem dirá o tempo,
Vai separar meus braços em meio aos seus.

Indagações.
Perturbações.
Ligações. Frustração.
Instantes. Malditos.
Estou sóbria,
Lucidez infeliz.
Dificuldade em compreensão,
Recheada de indecisão.
Isolam-se as ruas,
Os pontos comerciais.
Paramos por um tempo.
Retornamos feito vento.
Presas pelas mãos.
Não.
Sim.
Amo você,
Antes muito mais.

Quanta convicção para um mesmo ser.
Estamos dando voltas num mesmo lugar.
Os óculos embaçaram e agora não posso ver
O que estava por trás daquele céu cobrindo o luar.

Se ainda esperassem que o tempo fechasse,
Restariam os suspiros de quem não desistiu.
Mas preferimos sair correndo como se tudo acabasse
Quando um último silêncio, logo tudo extinguiu.

Há de aparecer uma alma boa por esse caminho,
Há de curar essas incertezas em meio ao delírio.
Sem extorquir no vão dos seus sentimentos,
O que corresponde aos meus íntegros momentos.

Instigando suas ideias para que tornem a frente,
Conduzindo pedras para longe dos destinos.
Não há de enlouquecer até que o tempo melhore,
Porque eu ainda estarei aqui.

Mal sabes o que penso antes de dormir.
Quando afagos te confortam ao sorrir,
a indagação torna a existir.

Desgraça mesmo seria te perder,
mas perdendo, aprenderia a crescer.
E o mesmo erro não iria cometer.

Sinto que das minhas composições,
arritmia aborreceu as canções.
São só rascunhos e borrões.

Mal sabes que eu já não penso tanto.
Restaurar o que havia antes do pranto,
Solução é reconquistar todo o encanto.

Ou não exista solução,
Porque para certas coisas não há perdão.
E sim, razão.

Mal sabes o quanto eu venero teu ser.

- Um punhal, por favor.
Hoje quero esculpir com sangue.

Sentir a ponta desse objeto rasgando meu peito,
Desprezar meu corpo banhado em cortes.
Não tenha medo de mim,
Ou será o seu fim.

Não se aproxime tanto,
Verás o fracasso que você me tornou.
Afaste-se com as mãos para cima,
Cala teus lábios, os quais meu nome difamou.

Deixa-me fluindo todo o ser,
Onde ninguém além dos seus olhos possa ver.
Estou gritando em meio a dor,
Perfurando a sobra que restou do nosso amor.

E ordenarei que finque sem compaixão,
À última gota que escorrer em sua mão.
Então, sobre o meu corpo, não ouse derramar
As lágrimas arrependidas de quem tanto me fez sangrar.

- Um café, por favor.
E um pouco de inspiração,
Que essas incógnitas, desdenharei.

A mochila solta no chão,
Nas costas o violão.
Ensejo para compor:
A rua e o indigente,
A hipocrisia de tanta gente.

Um trago do café.
O adepto da religião que faz mal ao próprio irmão.
Sentenças de quem vive atrás de difamação.
Enfermo sem medicação.

Chuva que inunda casas.
Vento que é furacão.
O silêncio de quem viu tudo
E preferiu a inércia.

Mais um trago do café,
Porque eu ainda tenho fé.

Conceituando cada coisa,
Cada nome,
Cada ser.
Pré-julgando cada vida,
Cada escolha sem conhecer.

Estereótipos.
Onde esse mundo vai parar?

Mais um trago do café,
Antes que a minha fé vire em escassez.